quarta-feira, fevereiro 20, 2019

Saber brincar

Eis uma coisa que acho que os miudos de hoje cada vez sabem menos fazer: brincar. Aquela brincadeira pura e dura, de rua, de jogos (elástico, o pião, as cantilenas, escondidas, apanhada e sei lá mais o quê).

Ora porque os pais os colocam em mil e uma atividades e nem tempo fica para brincarem, porque eles têm de ser os primeiros em tudo e bons em tudo e mais um par de botas: falar inglês, karaté, futebol, ginástica, dança, natação, equitação, mandarim e sei lá mais o quê...

Ora porque cada vez mais se agarram às tecnologias e àquilo que a vida de hoje proporciona e não chegam sequer a desenvolver a imaginação por si próprios, a saber usufruir da rua, das brincadeiras de rua, de jogos e afins... e as poucas brincadeiras que às vezes ainda tentam jogar acabam por ser perfeitamente idiotas (imaginem crianças a brincar aos cãezinhos, por exemplo, em que há um dono e os outros são todos os animais de estimação... isto não lembra a ninguém).

Contra mim falo também, porque muitas das vezes a culpa também é nossa enquanto pais, que vivemos a dicotomia de não ter umas crianças tecnologicamente alienadas e acabamos por, às vezes, abusar na permissão de acesso à tecnologia (seja por não nos apercebermos ou por apenas querermos uns minutos de descanso!). Na realidade devíamos apostar muito mais na rua, nos jogos em familia de exterior, ensinar-lhes coisas novas. Mas também sei que com a vida que levamos, sempre a acelerar, esta conjugação é dificil.

Tenho de pensar melhor nisto... brincar é essencial, ser criança é essencial... não quero uma criança de 7 anos a comportar-se como se tivesse 20... quero que seja infantil, criança, como deve ser nessa idade (com o bom e as parvoices que também vem no pacote e nos deixam doidos as vezes).

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